"Se a subida dos rios continuar nessa velocidade, o Amazonas vai alcançar uma cheia a cima de média", afirmam especialistas.
MANAUS - Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (CRPM) apontou que a cota do rio Negro é a segunda maior para este período do ano, na série histórica desde 1992, quando foi iniciado o processo de medição. Durante a última semana, o rio aumentou e atingiu a marca de 26,50 metros. A cota está pouco mais de três metros abaixo da maior cheia da história do Amazonas.
Para algumas regiões, a enchente deste ano já é de grandes proporções. Na calha do rio Juruá, por exemplo, a situação é de emergência. O mesmo vale para o rio Purus, que continua acima da cota de emergência. “Para a calha central do Rio Amazonas, de Tabatinga até Parintins, o pico da cheia só vai acontecer no mês de junho, ou seja, temos mais de dois meses para o rio subir; e se continuar nessa velocidade, o Amazonas vai alcançar uma cheia a cima de média”, explicouo superintendente do CPRM, Antônio Oliveira.
De acordo com Oliveira, ainda é cedo para prever o nível da cheia deste ano, já que este depende da variação climática. “Se compararmos o nível dos rios hoje com o mesmo período do ano passado, está muito elevado. No entanto, ainda é cedo para afirmar se vai ser uma cheia superior ao de 2009. Temos que aguardar um pouco mais. Depende muito da quantidade de chuva que ainda vai cair até o mês de maio na região”, contou.
Cheia 2009
Em 2009, o Rio Negro atingiu a cota da maior cheia que já havia sido registrada, com 29,69 metros, a mesma marca anotada em 1953. Mais de 18 mil pessoas foram atingidas. Ruas e avenidas ficaram alagadas e pontes improvisadas precisaram ser construidas nas regiões mais afetadas. Durante o período, a Defesa Civil distribuiu aos moradores kits de madeiras para erguer os assoalhos da residências.
Estratégias
No dia 31 de março, haverá uma reunião entre a CPRM e a Defesa Civil para tratar dos primeiros alertas de cheia, já que o rio estará se definindo e aumentado. O órgão informou que o próximo passo adotado é a elaboração de estratégias defensivas, como a retirada de moradores de áreas de risco.
Edição de texto para Web: Diego Oliveira – jornalismo@portalamazonia.com
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