O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e a Secretaria de Estado da Produção Rural (SEPROR) realizam entre os dias 14 a 18 de maio, oficina de viveiros para agricultura familiar e pesquisas sobre quintais agroflorestais e extrativismo de açaí na Terra Indígena Kwatá-Laranjal, localizada no município de Borba. A oficina coordenada pela pesquisadora Dra. Sonia Alfaia construirá dois viveiros modelo para a produção de mudas nas comunidades indígenas Kwatá-Laranjal. Durante o curso serão abordadas técnicas de produção de mudas de baixo custo e com aproveitamento de materiais disponíveis no local, que possam ser realizadas pelos agricultores indígenas. Além disto, será abordado o tema de reaproveitamento de resíduos através da utilização de embalagens (sacos de arroz, feijão, sal, açúcar, entre outros) e garrafas PET para a produção de mudas. Esta atividade tem como objetivo incentivar a produção de mudas de plantas úteis que possam contribuir para a produção de alimentos, plantas medicinais e geração de renda para os agricultores indígenas. Além da oficina sobre viveiros, serão repassados à população da TI Kwatá-Laranjal, os resultados das pesquisas sobre quintais agroflorestais e extrativismo de açaí desenvolvidas por alunos de mestrado do Programa de Pós-Gradução em Ciências de Florestas Tropicais do INPA. A pesquisa sobre quintais agroflorestais foi desenvolvida pelo biólogo Mateus Salim e teve como objetivos descrever as características dos quintais agroflorestais, avaliar a contribuição deste sistema para a produção de alimentos, plantas medicinais e geração de renda para os agricultores, assim como avaliar os efeitos do manejo praticado nos quintais agroflorestais sobre a fertilidade do solo. Os resultados desta pesquisa geraram uma descrição geral deste sistema produtivo e também foram abordadas demandas da população da TI Kwatá-Laranjal para futuras ações de extensão agroflorestal. A pesquisa sobre extrativismo de açaí, produtividade dos açaízais, do trabalho de coleta e composição da renda dos extrativistas foi realizada pelo engenheiro florestal Gabriel Zanatta e aborda alguns aspectos do rendimento de trabalho e da etnoecologia de Euterpe precatória, o nosso açaí do Amazonas, junto as comunidades Munduruku e Sateré-Mawé. A medição dos custos reais de produção servirá para que esses povos indígenas alcancem um melhor preço de venda do açaí. A pesquisa teve início com uma demanda local de plantar açaí, além disso, uma seleção participativa de matrizes de sementes vai respaldar o estabelecimento de plantios altamente produtivos, sempre levando em conta os princípios da agroecologia que valorizam o conhecimento local e a utilização de recursos genéticos locais. O estímulo gerado pelo levantamento dos aspectos culturais indígenas relacionados ao açaí é saudável para o resgate cultural que se está levando, principalmente entre os Munduruku, que passaram por processos agressivos de erosão cultural nas últimas décadas, assim o projeto espera empoderar a população do seu conhecimento e gerar troca de informações dentro da comunidade. O projeto mapeou as áreas de coleta de açaí e quantificou o esforço de trabalho, assim como aspectos produtivos das plantas, além de entrevistar extrativistas em 7 aldeias nos dois maiores rios da T.I, foram acompanhados os trabalhos de coleta e comercialização do açaí. Todas as atividades fazem parte do projeto "Plantios florestais com finalidade de recuperação de áreas degradadas no Estado do Amazonas" (Edital MCT/CNPq/CT-Agronegócio n º 26/2010), sob a coordenação do Dr. Paulo de Tarso Sampaio do Inpa e também fazem parte do Programa de Agricultura Indígena da SEPROR, que tem como principal atribuição a promoção de políticas públicas voltadas para a população indígena do Estado e a implementação de projetos produtivos ambiental e economicamente sustentáveis. Um aspecto muito importante dos projetos foi a constante participação e auxílio dos técnicos indígenas do Programa de Agricultura Indígena da SEPROR, Evaristo e Josevam, dois jovens extensionistas Munduruku que estão puxando o trabalho nas aldeias.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
INPA e SEPROR realizam oficina de viveiros para agricultura familiar
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