Comunidades ribeirinhas abandonadas, plantações inteiras dentro da água e roçados praticamente submersos. O rastro de proporções flagelantes, reflexo da maior cheia dos rios da história do Amazonas, ao longo de dois meses, afeta a economia do Estado, especialmente a plantação de mandioca.
O levantamento parcial dos prejuízos econômicos das inundações, concluído pela Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), aponta que a cultura agrícola mais afetada é o cultivo da mandioca, com prejuízos que somam R$ 13,8 milhões.
Ainda conforme a Sepror, mais de nove mil toneladas de farinha de mandioca e 1,5 tonelada de macaxeira deixaram de ser produzidas.
Segundo o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), atualmente mais de 60 mil pessoas no Amazonas atuam no cultivo da mandioca, desses, 70% estão de mãos atadas por conta da enchente.
Os fornos usados para a produção de farináceos foram postos sobre os telhados das casas. Para a maioria dos produtores, a única saída é esperar as águas dos rios baixarem.
O produtor Amarildo Lopes, 42, morador da comunidade Terra Nova, no município do Careiro da Várzea (a 25 quilômetros de Manaus), conta que, no início do ano, fez um financiamento de R$ 1,5 mil para investir na produção.
Mas o investimento foi quase por águas abaixo, depois que a cheia dos rios tomou conta de todo o roçado. Para atenuar os prejuízos, ele antecipou a ceifa. “Deu para conseguir uma boa margem com as vendas, mas se não fosse a enchente renderia muito mais”, ressalta.
No contexto econômico, o governo do Estado, por intermédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), está renegociando as dívidas junto a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), dos produtores rurais que estão com perdas de produção em decorrência da grande enchente.
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