Os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) vão
avaliar, nesta segunda-feira (30), a proposta de reajuste salarial
apresentada pelo governo federal para colocar fim ao movimento grevista
da universidade que dura mais de dois meses. O parecer será colocado em
votação durante assembléia que será realizada, às 10h, no auditório da
Associação dos Docentes da Ufam (Adua).
De acordo com o integrante do Comando Local da Greve (CLG), professor
Marcelo Saráfico, a proposta do governo reitera a apresentada no dia
13, pois não trata da reivindicação principal da categoria, a carreira
do professor, mas apenas o reajuste salarial. Ele disse que o governo
acaba reduzindo a carreira do professor.
“Precisamos de reposição salarial sim, mas também de carreira, afinal
o reajuste salarial faz parte dela. O teto salarial é substantivo a
greve. Com a proposta apresentada, cada unidade acadêmica da Ufam fará
sua avaliação e a proposta será apresentada em assembléia. Em seguida,
vamos colocar em votação se os professores aceitam ou não a proposta”,
explicou.
Entre as propostas apresentadas pelos grevistas, segundo Seráfico,
está às condições de trabalho, pois os professores não estão trabalhando
em condições dignas. “Queremos fortalecer a universidade pública do
Brasil. O governo passou um ano e meio analisando nossas propostas e
ainda não deu a resposta sensata, pois trata uma questão seríssima como
questão institucional”, avaliou.
Andes
A Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes),
principal entidade representativa dos professores, divulgou, nesta
quinta-feira (26), comunicado oficial rejeitando a nova proposta do
Ministério do Planejamento. A informação já foi repassada às
universidades de todo o país para embasar assembléia que acontecerão
nesta sexta (27) e segunda-feira.
O documento afirmou que as alterações nos percentuais de aumento
apresentadas pelo Planejamento “foram dirigidas às situações que
demonstravam maior perda de valor real até 2015”, mas que, mesmo assim,
“a maioria dos docentes terá valor real reduzido nos seus salários”.
O texto alega ainda que questões consideradas importantes pelos
docentes, tais como a estruturação e a progressão de carreira; a
gratificação por projetos institucionais e atividade de preceptoria; e
os critérios para promoção de professores foram jogadas para frente,
ficando sob a dependência da criação de grupos de trabalho.